terça-feira, setembro 13, 2005

retrospecto

Se estivéssemos em 1985, eu acordaria feliz da vida e iria para a escola. E, quando chegasse, passaria a tarde toda na casa da “tia”, brincando, vendo tevê e comendo bolinho de chuva ou pipoca. Aos fins de semana, acabava com o pote de New Wave, um gel colorido, que a Nina, minha irmã usava.

Em 1989, me sentiria adulta só porque estava na 5ª. série. Estudava à tarde e tinha uns trocos pra gastar na lanchonete, já que arrumava a cama dos meus irmãos e ganhava (humpf!) por isso.

Em 1991, usaria calça bag (ou saintropeito, como costumo dizer hoje em dia) com a camiseta por dentro e tênis Nike Air, e barbarizaria enquanto o professor não entrava na sala. Depois, discutiria política com o Vicente, professor de Educação Moral e Cívica (ou seria OSPB)? Já nas aulas de Educação Física, há muito que o professor Tião me tinha como secretária. Com isso, fazia a chamada dos colegas e não precisava jogar vôlei, nem basquete, nem correr... o máximo que fazia era pegar as bolas e os bambolês pra galera.

No ano seguinte, já na 8ª. série, brincaria de jogo da verdade e riria depois com minhas amigas de todos aqueles meninos espinhentos que nunca beijaram ninguém e diziam que não eram mais virgens. Aí começou todo o meu conhecimento teórico sobre o assunto...

Em 1993, era uma mulher semi-independente. Aos 15 anos, estudava à noite. Na verdade, não gostei muito. Nunca fui notívaga. Sempre ficava sonada na aula e, quando “cabulava”, era pra ir pra casa dormir... foi nessa época que eu, a Bel, a Ro e a Jana, minhas fiéis escudeiras, sentimos pela primeira vez cheiro de cigarro de cravo e juramos que era maconha... tudo bem, tudo tem sua hora, momento e lugar.

Em 1994, ri da Ro que arrumou um bombeiro na escola. Também aquela menina tinha um fogo que só um cara com uma profissão dessas daria conta. Foi neste ano que comecei um namoro, comecei um trabalho e terminei o francês... Do primeiro ao último ano do colégio, fui monitora de classe. Dois pontos, explico: passava matéria do professor que daria a última aula, caso algum professor faltasse. Era divertido, me sentia meio professora.

Em 1995, me formei do colégio. Não passei no vestibular e fiquei, no ano seguinte, sem estudo, sem namorado, mas com uma vontade louca de dançar. E como dancei. Eu e Gisela formávamos uma ótima dupla. Lustrei muito chão por aí com a sola do sapato.

.....

Estamos em 2005 e muita coisa mudou nestes 10 anos. Me formei, mudei várias vezes de trabalho, encontrei o amor da minha vida, casei, virei mutuaria da casa própria, conquistei novos amigos... cresci... mas continuo com vontade de comer bolinho de chuva, de “cabular” aula pra ir dormir e de rever velhas amizades.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Quando eu crescer, quero escrever que bem você..

5:24 PM  
Anonymous Anônimo said...

Flor, esqueceu de dizer que entre 1991 e 1994 você entrou na "mania das agendas" e tinha uma da qual não desgrudava, contava tudo pra ela... E que antes disso, adorava trocar papel de carta com a Vânia, nossa prima... Tão bom ter presenciado tudo isso e poder aprender (ou tentar aprender)os passinhos de dança contigo e com a Gisela! Paraty Club, Lembra? Bjs

8:38 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ah, dançar Talking Heads limpando a casa também é marcante né? Maior saudade...

8:53 AM  
Blogger David Galasse said...

putz!! bolinho de chuva é demais!

12:42 PM  
Anonymous Anônimo said...

Putz Tatá,
Cada coisa tem seu tempo, seu cheiro e gosto específicos. Sinto saudades enormes destas coisas todas que vc falou, inclusive da calça saintropeito kakaka.
A parte boa é que tudo isto fica um pouco, e que seguimos a vida elegendo novos projetos que nos dão tbem muita felicidade.
Bjkas
Nivia

5:45 PM  

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